Brazil's giant, semi-public oil company Petrobras, which faces likely investigation under many accusations by the Brazilian Congress through a Parliamentary Inquiry Commission (CPI), has just entered the blogosphere, causing mixed reactions from bloggers, government and mass media.
According to the company itself, Petrobras Fatos e Dados blog [Petrobras Facts and Data, pt] aims to provide up to date information about the company and its attitude towards CPI activities. In its first week [pt], the blog highlighted the Internet repercussions and mass media's position against this initiative, stating:
Nosso blog completa uma semana, com 145 mil visitas, 31 posts e 1.700 comentários, e já conseguimos um espaço considerável de repercussão. Acreditamos nas mídias sociais como um importante canal de conversação direta entre a Petrobras e a sociedade. Infelizmente, continuamos a ver na imprensa comentários equivocados que desconhecem a própria lógica das mídias sociais.
In addition to the first blog posts about the company's activities, on June 4th Petrobras also released a set of questions posed by journalists from two major Brazilian newspapers and the corresponding answers. This caused a great commotion among newspapers and journalists that in turn repudiated the blog, arguing it was a threat to press confidentiality.
Some bloggers think establishing a direct communication channel between Petrobras and society is actually a good thing. Reading information given by the company itself makes it possible for people to check whether newspaper headlines about the same subject using the same raw material as that released by Petrobras are correct or not.
Carlos Castilho presents his thoughts about this Petrobras initiative on the Observatório de Imprensa blog (Press Observatory), suggesting [pt]:
A Petrobras resolveu fazer aquilo que nos Estados Unidos já é uma rotina, até mesmo por parte de órgãos do governo federal. A empresa ingressou na blogosfera ao montar um blog no qual publica a íntegra de seus comunicados e entrevistas fornecidos à imprensa. […] A irritação dos jornais vem do fato de que o blog da Petrobras permite uma comparação entre o que a empresa forneceu aos jornalistas e o que foi publicado. Com isto é possível identificar erros de contexto, omissões e equívocos de transcrição.
On the other hand, newspapers have criticized the Petrobras blog stating its position is illegal, unethical and aggressive. One of the newspapers, O Globo, published an editorial [pt] on June 8th, after Petrobras’ decision to publish media inquires, claiming that questions sent to the company are the property of newspapers and their employees and that Petrobras was wounding the Brazilian Constitution.
Blogger, professor and lawyer Tulio Viana [pt] clarifies readers’ doubts about whether copyright of questions is plausible or not with regard to the constitution. Analyzing Brazilian copyright law, he explains [pt]:
De onde O Globo teria então tirado a tese jurídica de que perguntas jornalísticas são propriedade de quem as faz? Será que é pura e simples desinformação do jornal ou mais uma daquelas mentiras que se pretendem tornar-se verdade ao serem repetidas centenas de vezes? Para que não reste dúvida quanto o absurdo da tese, vamos ao art.8º da mesma lei: III – os formulários em branco para serem preenchidos por qualquer tipo de informação, científica ou não, e suas instruções [não são passíveis de Direitos Autorais] ; Incrível a cara-de-pau do jornal de publicar uma informação completamente falsa em seu editorial, inventando sem o menor pudor um novo inciso para o art.7º da Lei de Direitos Autorais e revogando o art.8º, III, da mesma lei.
Transparency being the aim of journalism itself, bloggers have also praised the Petrobras initiative while highlighting a point made by the press in which it expressed concern that the oil company's attitude would weaken its relationship with newspapers and their readers. Liberal Libertário Libertino blog (Liberal, Libertarian, Libertine) summarizes the facts. In its point of view [pt]:
A Petrobras não tem nada que confiar na imprensa. A imprensa não tem nada que confiar na Petrobras. Não devem haver acordos tácitos ou relações sigilosas entre a mídia e a Petrobras. As relações entre eles devem ser públicas e transparentes. Daí a celebração.
Commentator Fábio Couto stresses [pt] how he understands Petrobras’ initiative and the press reaction:
Não vejo problema do Petrobras se defender via blog. O problema é divulgar perguntas de apuração antes da matéria ser publicada. […] Não há nada de ilegal, mas não é ético e abre um fosso entre a empresa e a imprensa. […] Mas se a divulgação de perguntas e respostas fosse feita depois das matérias publicadas, certamente o efeito poderia ser mais bem entendido.
While stressing that it does not have proper market research value, Folha de São Paulo newspaper, one of the biggest in Brazil, published a poll asking its readers whether they approved or not of Petrobras’ decision to “leak” on its website newspaper questions and answers before publication. On Twitter, Idelber Avelar [pt] observed that the use of the word “leak” by Folha de São Paulo was already biased, but that, nevertheless, the poll showed that its readers were not buying it. At the time of publication, the results are as follows [pt]: out of 5,315 votes, 4,548, or 86% of voters, backed Petrobras, whilst 767 or 14% said Petrobras stance was wrong.
Handling the situation carefully and highlighting positive and negative issues regarding the facts, journalist and columnist of the Estado de São Paulo newspaper Pedro Dória expresses [pt] some opinions:
Se o único objetivo da Petrobras fosse realmente transparência, era muito simples resolver: publica perguntas e respostas logo após os jornais levarem ao ar suas informações exclusivas. […] A questão real, a discussão principal da qual esta polêmica é só um capítulo, é a relação entre imprensa, empresas, governo e público. Estou longe das redações, então não sei como essa discussão está sendo encarada nas diretorias. Se eu tivesse que chutar, apostaria que ninguém está percebendo: a credibilidade da imprensa brasileira está lentamente sendo minada.
Commenter Bruno Stern adds [pt]:
Há uma coisa muito clara nessa história. A Petrobras chegou a conclusão de que, se depender do espaço na mídia tradiocional para defender suas posições, terá muitos problemas. Se há um partido da mídia, não sei. Mas que veículos como O Globo e Folha [de São Paulo] já entram nessa história com suas posições definidas tenho certeza.
On its blog, Petrobras also released [pt] the content of a letter from the Brazilian Press Association (ABI), an excerpt of which says:
A ABI considera legítima a decisão da Petrobras de criar um blog para divulgação das informações que presta à imprensa e especialmente aos veículos impressos, uma vez que as questões relativas ao seu funcionamento e aos seus atos de gestão interessam ao conjunto da sociedade, que não pode ficar exposta ao risco de filtragem das informações típica e inseparável do processo de edição jornalística. A empresa tem o direito de se acautelar, através das informações que difunde no blog, contra as distorções em que os meios de comunicação têm incorrido, como a própria ABI registrou em matéria publicada da edição de 31 de maio de um dos jornais que agora se insurgem contra o blog da empresa.
Emerson Luis expresses [pt] hope in such practice becoming part of private and government companies, and other institutions in Brazilian society, :
Importante: não basta somente que os órgãos públicos façam isso. ONGs, empresas, OCIPS, instituições, todas tem o direito de repetir a mesma prática, de divulgar suas informações na íntegra, antes das interpretações ruins ganharem as ruas. Todos tem o direito de se antecipar ao estrago iminente. É o direito, e, antes de tudo, de informar claramente.
In conclusion, the Brazilian journalism scene might be changing little by little, whilst Petrobras’ stance represents something negative for some, to others it is the perfect solution for transparency and an actual democratic state and information.