Last Friday, at the same time Lula was in the air traveling to the US to visit President Bush, a huge crisis was developing back in Brazil. Air traffic controllers had started a strike protesting working conditions, paralyzing flights across the nation and bringing the “Aerial Blackout” crisis to a climax. The problems were started last year with the disintegration of Varig, Brazil's one-time flagship airline, and signs of persistent failure in air traffic control in the southern and central regions of the country were already being noticed by the media in March. It only got worse after the Sept. 29 collision which became Brazil’s worst air disaster, as the controllers started to perform slowdowns that brought delays in airports all over the country.
The mounting pressure over the issue last week led Lula to express his personal astonishment with the lack of a precise diagnostic about the problem by the ones in charge, and to demand solutions. What he could not imagine is that on that same week, he would have to handle the crisis personally by the phone from the presidential airplane while leaving the country. When dealing directly with the air controllers on strike, back came the old union leader with the ability to quickly bring the work stoppage to an end. But the deal quickly became an object of debate in the Brazilian blogosphere.
A greve dos controladores de vôo criou um paradoxo. Vitoriosos em acelerar a desmilitarização do setor, não conseguirão celebrar a vitória. Pela lógica política, aliás, terão que ser exemplarmente derrotados, por dois motivos. Primeiro, porque a exibição de poder, praticamente parando o tráfego aéreo nacional, tornou-os uma ameaça. Nem que, daqui para diante, passassem a se comportar exemplarmente; nem que suas reivindicações fossem as mais justas. Segundo, porque levaram o governo Lula, por absoluta falta de pró-atividade, a abrir espaço para a volta de um velho fantasma para o setor: o poder dos sindicalistas versus o da hierarquia militar.
Os Controladores e a Política – Luis Nassif Online
A transferência dos controladores de vôo civis e militares para os quadros do novo órgão eliminará o grande entrave para a concessão de aumentos salariais à categoria. Hoje, 80% dos cerca de 3.000 controladores de vôo em atividade são militares. São de primeiro a terceiro sargento. Reajustando-lhes os contracheques, o governo criaria uma defasagem em relação aos demais sargentos da tropa. Um problema que será contornado com a criação da carreira vinculada ao órgão civil de gestão do tráfego aéreo.
Novo órgão civil fará o controle do tráfego aéreo – Josias de Souza
Se Luiz Inácio Lula da Silva avaliou que o governo precisava ceder aos controladores de vôo, deveria (ou o vice, que estava no exercício do cargo) ter chamado o comandante da Aeronáutica e ordenado o recuo. Se o comandante se negasse a cumprir a ordem, deveria receber voz de prisão. Mas, como o ministro encarregado de informar aos sargentos que o governo iria se render foi o do Planejamento, de duas uma: 1) Lula contornou a linha de comando; 2) Lula mandou o comandante da Aeronáutica recuar e ele se recusou a fazê-lo. Como o comandante da Força Aérea Brasileira (FAB) não está preso e continua no cargo, suponho que a segunda hipótese está afastada. A questão é saber por que Lula ignorou o comando da Aeronáutica. O que você acha?
Uma dúvida (31/03) – Blog do Alon
There is a general perception that the Brazilian air traffic controllers were really working in bad conditions, and some voices blame the military as the main obstacle to the resolution of the crisis due to its resistance in relinquishing control of the country's air traffic system. In order to explain their radical move, the air traffic controllers’ syndicate published an open letter on its website exposing what they see as an unsustainable situation. Lula's critics are ready to prove that he is the one to blame for this federal mess.
A convicção, não só entre militares, de que os controladores de vôo brasileiros devem obedecer a ordens marciais de trabalho e não têm direito a serem ouvidos, muito menos de verem as suas reivindicações atendidas, pode adiar desnecessariamente a solução da crise do setor aéreo deflagrada pelo acidente com um avião da Gol em setembro, que resultou na morte de 154 pessoas. Rebeliões, greves brancas e operações-padrão, como têm ocorrido no Brasil, são comuns em diversos países. Entretanto, aqui são tidas como “traição e baderna” (conforme a revista CartaCapital de 13 de dezembro de 2006) pelos militares responsáveis pelo setor. Assim, um trabalho que é crucial e extremamente delicado é tratado como uma marcha para a guerra, sem espaço para recuos nem discussões, sob pena de prisão, rebaixamento ou expulsão… A própria Aeronáutica reconhece que o total de controladores no Brasil deveria ser duas vezes maior. As estimativas mais otimistas recomendam um aumento de um terço no total de profissionais. O salário, entre R$ 1.700 e R$ 3.700, teria que ser de R$ 10.000, segundo estudo do Ministério da Defesa (ainda de acordo com a CartaCapital). O equipamento é antiquado e de manutenção deficiente. Mas a hierarquia militar não comporta a discussão nem o encaminhamento desses problemas.
Controle militar dificulta solução da crise aérea – Carlos Drummond – TerraMagazine
A quem é atribuída as paralisações do tráfego aéreo em virtude de fenômenos naturais como chuvas e nevoeiros? . Quem, ao tentar expor as verdadeiras situações do tráfego aéreo nos livros de ocorrências dos órgãos operacionais, sofre perseguições da chefia militar? . Quem é acusado de insubordinado e sindicalista ao executar uma operação de segurança que consta em norma internacional de aviação civil? . Quem é o principal suspeito ao ocorrer panes no sistema de comunicação, queda de energia ou overbooking de empresas aéreas? . Quem é o profissional obrigado a monitorar vôos e milhares de vidas acima do recomendado pelas normas de segurança? . Quem é o militar aquartelado sem o direito de protestar pela falta de operadores? . Quem é o profissional que tem sua dispensa médica ou férias interrompidas pela convocação de oficiais superiores a fim de suprir a falta de operadores? . Quem passa os dias trabalhando com equipamentos obsoletos e prejudiciais à saúde? . Quem tem de se desdobrar para prestar serviço seguro quando ocorrem falhas de comunicação nas chamadas zonas cegas? Para todas estas perguntas, uma resposta nos parece comum: o Controlador de Tráfego Aéreo. Passados seis meses de crise, não há nenhuma sinalização positiva para as dificuldades enfrentadas pelos Controladores de Tráfego Aéreo. Ao contrário, as mesmas agravaram-se.
Manifesto dos Controladores de Vôo – Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Proteção ao Vôo
O governo Lula, mais uma vez, conseguiu superar a demência tucana. A crise aérea se arrasta há meses sem ter sido tomada nenhuma providência. 154 pessoas morreram na queda do Boeing da GOL; ontem, segundo a Anac (Agência nacional de Aviação Civil), 18 mil pessoas não puderam embarcar. Hoje de manhã, Luiz Fernando Mosca, de 54 anos, diabético e com sitomas de crise de asma, morreu de infarto depois de passar a noite com a família no aeroporto esperando um vôo de Curitiba para Porto Alegre.
Greve = Bandidagem – A Nova Corja
Although the quick action to neutralize the strike was a necessary move, many bloggers are commenting that the acceptance of all the air traffic controller's demands by the government will create a dangerous precedent. Some commenters were quick to mention the similarities among this situation and the crisis between former president João Goulart and the military, which led to the coup in 1964 and the many years of dictatorship in the country. Coincidence or not, last Saturday (March 31) was the day of the 43rd aniversary of the coup which some in the military still call ‘the revolution’.
Os controlodares aéreos estão com a faca e o queijo nas mãos! … Em Brasília eles iniciaram uma greve de fome por essas melhorias, o comando da aeronáutica decidiu prendê-los, uma vez que estão sujeitos ao severo regulamento da mesma que proibe esse tipo de manifestação por melhores condições de trabalho, nós do Exército não somos tão burros assim, quando queremos algum aumento salarial, mandamos nossas mulheres fardadas com nossos uniformes fazerem manifestações nas ruas e panelaços em frente aos palácios de Brasília! Pois bem, eles foram aquartelados, o que quer dizer, presos mesmo no interior dos quarteis ou das bases aéreas. Mas o presidente Lula, num momento raro de sensatez, mandou soltá-los imediatamente! Para evitar confrontos desnecessários, segundo a secretaria de comunicação da presidência. Vale lembrar ao Ilustrísssimo presidente, que em fins de 1963 e início de 1964, João Goulart incetivava os sargentos a prenderem os generais, almirantes e brigadeiros, a marinha aderiu, a aeronáutica ficou voando e observando e o Exército tomou as rédeas da situação e deu no que deu! Como ontem comemoramos mais um aniversário da revolução, nada melhor que começar outra por esse dias de abril. Seria o Abril Preto, em homenagem ao apagão aéreo!!!
Controladores Aéreos – Considerações Finais sobre Tudo
Ora! Só existe perdão de punição se alguém está punindo e devemos lembrar que Lula mandou “resolver” o problema até antes d e 1º de abril. Acredito que a arrogância que ele tentou mostrar, atiçando as autoridades superiores aos controladores de vôo a bater doído neles, é o que levou ao motim de ontem. O governo no final cedeu e ficou quietinho, e Lula aparece como o salvador, informando que pediu para “retirarem” a punição. Conclusão desta história é uma só: Lula é fraco e o PT não tem credibilidade para mandar em ninguém. Por outro lado, ao fazer acordo para transferir os controladores para a área civil, criou um problema que ele não perde por esperar com a Aeronáutica e os militares (quem viver verá).
Lula não aguentou e cedeu – Blog do Maidana
Existe até um lado positivo na desautorização do comandante da Aeronáutica. Ainda que não tenha tido esse objetivo, a decisão de Lula quebrou de vez o tabu do fantasma militar numa hora simbólica: véspera do aniversário de 43 anos do golpe que instaurou a ditadura de 1964.
De Novo??? Não, Agora Não!!!, de Kennedy Alencar – Tico e Teco Brasil
As usual, bloggers from left and right present interestingly disparate approaches and interpretations to the current events.
Lula voltou antes da hora da reunião de Camp David, com Bush, para desmilitarizar o controle de tráfico aéreo e resolver a crise nos aeroportos brasileiros. Não acredito na última teoria de conspiração que está circulando em Brasília: o ministro da Defesa deixou a crise na aviação civil agravar-se ao máximo – desde o acidente sobre a Amazônia até o caos e morte registrada na guerrilha dos aeroportos – para ter condições políticas de desmilitarizar o controle de tráfico aéreo. Inclusive ficará como um órgão civil debaixo do controle do Ministério da Defesa. Mas o principal que meus amigos controlados de vôo me contaram é a “ataulização salarial” que eles exigem. Um dos amigos era sargente da Aeronáutica, psicólogo e virou controlador para manter a família. Outro é da parte administrativa, há semanas vem concordando que o problema final era de dinheiro, faltava o ministro da Fazenda dar a ordem ao Planejamento para o Tesouro soltar dinheiro. Mas sem desmilitarizar teria que aumentar o soldo de todos os militares – aí a grita da Fazenda é maior ainda. O jeito foi deixar o ministro tocar o assunto com sua experiência política. Aparentemente agora vai resolver, desmilitarizando e concedendo reajuste de salários aos controladores que têm nossas vidas nas mãos. Foi isso que aconteceu ou a coisa correu de outro jeito? PS – Presidente Lula não é salvador da pátria, mas alguém tinha que fazer o serviço de tirar o último reduto das mãos dos militares que remontaram o país durante os 21 anos de ditadura.
Desmilitarizar controle áereo e aumentar salários resolve a crise dos aeroportos – João Arnolfo
A coisa é bem mais séria do que parece, e o que está na nota é a pura expressão na verdade. Atenção: não foi o governo que decidiu criar o órgão civil para controlar o tráfego aéreo, não. Foi a Aeronáutica que rejeitou o dito-cujo. Foi mais ou menos o seguinte: “Se é assim, então não temos mais nada com isso”. A Força teve o juízo que faltou a Lula. Não lhe restava outro caminho: ou admitia a quebra da disciplina, da hierarquia, e engolia um motim, junto com um documento desaforado que expressava desconfiança nos superiores, ou fazia o que fez: “Então essa área não é mais de nossa responsabilidade”. Foi também uma saída mais ou menos honrosa para Juniti Saito, comandante da Aeronáutica. Ele havia determinado a prisão de 18 militares, e a medida foi suspensa por Lula. A Força abre mão do controle, mas ainda insiste nas punições. Os controladores já falaram que, nesse caso, retomam a greve — justamente no feriado da Páscoa. Eis aí uma obra acabada de Lula e seu ministro da Defesa, Waldir Pires. Em reportagem no Estadão deste domingo (clique aqui), lê-se: “(…) os oficiais consideram que se abriu um precedente perigoso para as três Forças. Na opinião de outro militar, melhor seria que o governo se reunisse com o Alto Comando da FAB e revisse a decisão de não punir os rebelados. ‘O que eles (os controladores) fizeram é crime, previsto no Código Penal Militar.’ Um oficial do Exército foi mais longe: ‘Você sabe que os nossos pilares são hierarquia e disciplina. Sessenta e quatro só saiu porque tentaram quebrar esses dois pilares’”.
Controle Civil não foi decisão do governo; a Aeronáutica é que quis se livrar da parte podre; crise militar continua – Reinaldo Azevedo
Amidst all this confusion and uproar, the larger context is provided by the number of Brazilians who have never had the experience of using an airport and flying in an airplane. These are Lula's crowds, and they are numerous.
Ás vezes até bate uma tristeza… penso: “Nossa, queria ter dinheiro pra poder comprar uma passagem aérea e ir dormir lá no aeroporto… Seria tão bom viver alguns dias sonhando em chegar aos céus…” Que pena que sou pobre… Tenho que me contentar com greve de ônibus e metrô. E devo me dar por satisfeito e levantar as mãos ao céu, porque tem gente que não tem dinheiro nem pra passagem do ônibus e ficam sem greve nenhuma… Coitados. Não sabem o que estão perdendo. Felizes são os que têm grana e podem passar por uma greve de 1ª classe. Que chique! Sortudos.
Nova novela “Crise Aérea Brasileira” – Desnome