[The full version of this interview was originally published on 9 January 2014 on the contemporary African cultures website Buala.]
“Submundo Luso vs 12transfusons” is a new mix tape that features rappers from Angola, Mozambique, Brazil and Portugal. Released on New Year’s Eve after five months of preparation, the project brought together hip-hop promoters from the blogs Submundo Luso [pt] in Mozambique and 12transfusons [pt] in Angola. The two met online and the former invited the latter to collaborate.
In this interview for the blog Underground Lusófono [pt], Astérix o Néfilim (Astérix the Giant, in English), a rapper, producer and manager at 12transfusons, talks about the effort, which counted the participation of artists from all over the globe and is now available as a free download. He also shares his views on the artistic scene in Cabinda – a tiny province in the north of Angola – and the challenges caused by such isolation.
Underground Lusófono (UL): How did you get this project up and running?
Astérix o Néfilim (AN): Passou por selecionarmos os artistas de acordo os objectivos. Neste projecto procuramos trazer as raízes de hip-hop e procuramos fazer algo um pouco fora do normal, é como um “back in the days”. Normalmente os promotores trabalham com artistas de renome e nós procuramos juntar um pouco de tudo, desde a velha à nova escola, e tentamos dar primazia também ao rap feminino, artistas no anonimato e os que já estão na ribalta do hip-hop lusófono.
Astérix o Néfilim (AN): It came about by choosing artists that suited our aims. We wanted to bring back the roots of hip-hop and to do something a little bit different, a bit “old school”. Normally promoters work with renowned artists, but we wanted to bring together a little bit of everything, from the old school to the new. We also tried to give priority to female rappers and unknown artists, alongside those who have already made a name for themselves in Portuguese-language rap.
UL: How did you choose the artists?
AN: Mediante sugestão de todo elenco da 12transfusons e Submundo Luso. Trabalhamos juntos nisso, tínhamos uma lista de artistas, contactámo-los directamente embora não tenhamos propriamente todos os artistas que pretendíamos.
AN: That came after hearing the suggestions of everyone involved at 12transfusons and Submundo Luso. We worked together on this, we had a list of artists, we contacted them directly, although we didn’t get all of the artists we wanted.
UL: What level of interest was there from artists in the prospect of working with you?
AN: Em 2011 lançámos a Mixtape 12transfusons Ed. 2011 com o mesmo propósito, e já tínhamos trabalhado com alguns, é o caso do AKAM-M, MAC D –O- MURMURYO e o ALKAPPA (que foi convidado também a participar mas não pôde).
Devo dizer que não tem sido nada fácil trabalhar com mc's, é uma luta constante. Há quem ignore simplesmente porque não acredita no nosso trabalho, há quem ainda subestime e pense que não cairia bem na sua imagem, outros aceitam participar teoricamente mas, no fim, acabam desistindo. Há ainda aqueles que fazem jus à definição de RAF-TAG “Hip-hopcritas” porque nas letras dizem ser verdadeiros, juram humildade, lealdade, que fazem o rap por amor à cultura e que dão tudo pelo rap (estes são os mais arrogantes) mas não aceitam.
Nós somos produtoras independentes, tudo que temos feito até hoje é fruto dos nossos bolsos, sem apoio nenhum. Apesar de tudo devo reconhecer o esforço, o tempo, dedicação, disponibilidade e empenho de alguns artistas, em especial Khris Mc, IKONOKLASTA, AKAM-47 da Poltersonnik, REDGOVEM, KARDINAL MC, Mona Dya Kidi e muito mais, ao pessoal da 12transfusons com destaque para Absinto e Tecla 6/4, ao pessoal de Moçambique, Brasil e Portugal.
AN: In 2011, we released “Mixtape 12transfusons Ed. 2011″ with the same aim, and we had already worked with a few of the artists. This was the case with AKAM-M, MAC D O MURMURYO and ALKAPPA (who was invited to take part but couldn’t).
I’ve got to say that it hasn’t been easy working with MCs, and it’s a constant battle. There are ones that took no notice because they didn’t believe in our work. There are ones that underestimated us and thought what we were doing wouldn’t go mesh well with their image. Others agreed to take part but ended up dropping out. Then there ones that prove RAF-TAG’s “Hip-hopcrites” idea right – the ones that say in their lyrics they are keeping it real, and swear that they are loyal, that they make rap music out of love for the culture and that they do everything for rap (these are the most arrogant ones), but they don’t want to take part.
We are independent producers. Everything that we’ve done up till now we’ve paid for without any help. Despite that, I want to make a shout-out for the effort, time, dedication and hard work of some artists like Khris Mc, IKONOKLASTA, AKAM-47 from Poltersonnik, REDGOVEM, KARDINAL MC Mona Dya Kidi and many other. Also to the staff at 12transfusons with a special shout-out to Absinto and Tecla 6/4 and everyone in Mozambique, Brazil and Portugal.
UL: What has the public reaction been like?
AN: Olha, o feedback está sendo melhor do que eu pessoalmente esperava, todos os dias recebo elogios, palavras de encorajamento e felicitações pelo trabalho bem feito. E este é sem dúvida o nosso maior reembolso pela inteira dedicação neste trabalho.
AN: Listen, the response we’ve had has been better than I was personally hoping for. Every day I get compliments, words of encouragement, and congratulations on a job well done. And this, without doubt, is the greatest reward for all our dedication.
UL: How long has 12transfusons been on the market?
AN: A 12transfusons é uma produtora independente que actua no mercado de Cabinda desde 2010, tem vindo a colocar no mercado diversas obras discográficas, realizado diversos shows e demais actividades em prol do hip-hop. É composto por: Astérix o Néfilim (C.E.O), Tecla 6/4(produtor), Sacerdote, Rezo-Luto, 02K63, Absinto (designer) e Akônituz e Vars (Produtor) sendo que estes últimos representam os interesses da produtora na capital. O Absinto e Akônituz formam o grupo Artigo 9.0, e todos juntos representamos o colectivo denominado LETAL.
AN: 12transfusons is an independent production company and has been around in Cabinda since 2010. It has put out various albums, put on various shows and other activities to do with hip-hop. In the group are Astérix the Giant (CEO), Tecla 6/4 (producer), Sacerdote, Rezo-Luto, 02K63, Absinto (designer) and Akônituz e Vars (producer). These last guys are the ones that represent production in the capital. Absinto and Akônituz were part of the group Artigo 9.0 and together we are the collective LETAL.
UL: How do you view music – in particular rap music – in Cabinda?
AN: Seria falso se dissesse que estamos bem porque estamos mesmo mal, ainda há muito a fazer para que o pessoal aceite de bom grado a nossa cultura e tente desviar as atenções para o nosso lado.
Em Cabinda não é só o rap que está em péssimas condições, reflecte-se em todos os estilos musicais, desde o kuduro, kizomba, semba, kintueni e mayeye. Na verdade há pouca divulgação da música feita em Cabinda, temos uma secretaria provincial da cultura fictícia e comunicação social inexistente. Nada justifica que, numa província com artistas de talento, saiam dois álbuns num ano e que as poucas rádios que temos se recusem a apoiar iniciativas como as nossas e demais personalidades interessadas.
Voltando para o rap, este é o menos solicitado nas atividades e comícios governamentais mas é o que mais dá voz em termos de presença musical graças ao esforço de todos os companheiros de luta como: Cabmusic, hip-hop de gavetas, agora a Miller Team e não só. A cada dia que passa surgem novas propostas, novos mc´s e produtoras interessados em dar mais vida ao movimento. Fico feliz com isto.
AN: I would be lying if I said that things are good because they really aren’t and there is still a lot of work to do so that people accept our culture and pay it more attention.
In Cabinda, it’s not only rap that’s finding it tough. The situation is reflected in all musical styles, everything from kuduro, kizomba and samba to kintueni and mayeye. The truth is that the music being made in Cambinda doesn’t get promoted. We have a completely non-existent culture secretary with next to no social communication. Nothing justifies the fact that in a province with so many talented artists only two albums a year get released and there are only a few radio stations that support projects like ours.
Returning to rap, this is the least requested for governmental events and rallies, even though it is what represents people the most. This is thanks to the efforts of all of the comrades in arms such as Cabmusic and Miller Team, among others. Each day that goes by there are new ideas coming up, new MCs and producers interested in giving the movement more life. This makes me very happy.
UL: In your opinion, what needs to be done to change the situation in Cabinda?
AN: Em primeiro lugar valorizando a nossa música. É preciso acostumar as pessoas a ouvirem as nossas músicas, o povo de Cabinda é conhecido como “fidalgo” que não gosta de comparecer nos shows, nem comprar CDs. Nós temos de incentiva-los a irem aos nossos concertos, a comprarem os nossos CDs e não devemos actuar isoladamente.
A Secretaria Provincial da Cultura também deve desempenhar este papel com a comunicação social, neste caso as rádios e TVs (embora Cabinda não tenha nenhuma estação televisiva pública nem privada) de modo a tentar reverter esse quadro, talvez criar programas que ajudassem a promover a música local, apoio aos músicos, deixar de convidar os músicos apenas em campanhas partidárias e actividades governamentais, e que o caché dos músicos locais seja igual ao dos músicos que vêm de Luanda ou de outro ponto do mundo, para que estes se sintam valorizados. Um canal televisivo local ajudaria na promoção da imagem dos artistas no seio do enclave e não só. Na verdade Cabinda carece de rádios e televisões privadas que diversifiquem a rotina das informações. Enquanto isso não acontece continuamos aqui. conhecemos a luta e seguiremos firmes e fortes.
AN: Firstly, valuing our music. It’s important to get people used to hearing our music. The people of Cabinda are known as “prudes” and for not going to shows or buying albums. We have to encourage them to go to our concerts and to buy our CDs. But we can’t act alone.
The culture secretary for this province needs to play this role through social communication, in this case radio stations and TV channels – even though Cabinda doesn’t have any television stations, neither public nor private – in an attempt to reverse the situation. Perhaps create programs that help promote local music, support for musicians, stop inviting musicians only for political campaigns and governmental events. The fee for local musicians should be the same as for musicians that come from Luanda or from any other part of the world so that they feel valued. A local television station would help promote the image of local artists. The truth is, Cabinda lacks private radio and television stations that can mix things up and break the routine of local news. While this isn’t happening, we will continue here. We know what our battle is and we will continue to stand firm.
UL: What projects are on the cards for this year?
AN: 12transfusons não pára, tenho uma equipe fantástica que gosta de trabalhar e está sempre disposta a sujar as mãos. Depois desta mixtape lançaremos o Ruaportagem do grupo Artigo 9.0, um Ep que temos vindo a trabalhar e que só esse ano finalmente vamos poder metê-lo nas ruas, esperamos que seja bem recebido porque estamos a depositar aqui as nossas energias.
AN: 12transfusons doesn’t stop. I have a fantastic team that loves working and is always willing to get its hands dirty. After this mixtape we’re going to launch Ruaportagem [a play on the words “street” and “report”] from the group Artigo 9.0, which is an EP that we have been working on and only this year finally able to get it out on the streets. We hope people are going to like it because we’re putting a lot of energy into it.
UL: What is “Ruaportagem”?
AN: É uma abordagem das ruas, os problemas da população, o modo de vida dos cidadãos, as diferentes maneiras de encarar e sobreviver, os sacrifícios do dia-dia, é um olho das câmara nas ruas de Luanda, e toda a sociedade envolvente.
AN: It’s a way of looking at how thing are on the street, the problems people have, the different ways of surviving, and the daily sacrifices people make.
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