On the eve of Brazil's Black Pride [1] Day – celebrated on November 20th, when the country renews its ongoing fight against discrimination – the Circo Voador Audiovisual Collective [2] did an experiment. They filmed two members of their group, of apparently the same age and dressed similarly, trying to enter the same bank at two different moments, carrying the very same bag filled with metal – keys, coins, mobile phone. One of them took a few seconds to get in with no issues at all; the other one could not get in, barred at the revolving door, a regular feature in many Brazilian banks. The first guy was white, the second, black. See the result:
According to the filmmakers, the experiment showed that the metal detector doors are in fact activated by the banks’ security guards. In other words, the security method currently employed by banks is based on their personnel's pre-judgment, often plagued with preconceptions, stereotypes and discrimination against certain types of people. On their blog, Circo Voador [3] [Flying Circus, pt] invites readers to join forces, sending their own videos of as many different banks as possible. They explain the experiment:
Na primeira cena aparecem várias pessoas ao redor da bolsa. Todas elas fizeram o teste com a mesma bolsa, algumas foram barradas outras não. Em nenhum momento alguém alterou o conteúdo dos pertences na bolsa. A escolha da imagem do MC Shackal não se deveu ao fato dele ser negro e sim, por termos nos utilizado de câmeras escondidas e o momento em que o registramos, não sofreu interferências externas, como carros ou pessoas paradas na frente da câmera.
Many people reacted on the Circo Voador blog's comment box. Some of the readers shared similar experiences, such as Dona Biologia [4] [pt], a teacher:
Coloquei chaves, celular, bolsinha de moedas no local indicado e a porta apitava e travava. Por fim, o rapaz chamou um pseudo gerente que atravessou a porta e, dentro do caixa eletrônico da agência, me fez abrir a bolsa de provas e quando não viu nada que justificasse, teve a audácia de dizer que fora a minha bolsinha de lápis. Me arrependo até hoje de não ter processado o banco pelo constrangimento.
Christiano J. Jabur [5] [pt], who was once barred at a metal detector door in São Paulo because of a digital camera, claims that discrimination against people in the same revolving doors happens in banks regardless of the colour of the skin:
Tive que colocá-la numa caixinha para conseguir entrar no banco. Mas uma senhora de idade, também branca, que tentou entrar na agência da Nossa Caixa, na mesma cidade, foi barrada e não conseguiu entrar de jeito nenhum, mesmo chamando a polícia. O gerente do banco ininuou que ela poderia ser criminosa, pois existem muitas pessoas hoje, acima dos 50 e 60 anos de idade, cometendo crimes (o que não deixa de ser verdade). Não vou dizer que não exista preconceito contra negros e pardos nos bancos, por parte de vigilantes e atendentes. Mas dizer que são só os negros que são barrados nas portas giratórias é uma bela de uma mentira.
On the other hand, a security guard called Leandro [6] [pt] explains in the same comment box how the system works, and criticizes the way the video has been interpreted by some:
Sou Vigilante (segurança), e posso afirmar, este sistema é falho, mas este vídeo esta sendo usado para sujar a imagem de profissionais que estão apenas cumprindo ordens… os ‘controles’ podem sim travar e destravar as portas giratórias, mas isso não é valido para todas as agencias, são sistemas diferenciados pra cada agencia ou cada porta giratória… e não temos controle sobre o “Nível de travamento“ de cada porta (isso é de responsabilidade do gerente), que costuma variar de 4 a 7 níveis, por isso vc pode entrar em uma agencia e ficar travado e em outra passar sem problema algum…
Sei que intenção de vc's não é esta, li o que estão propondo e apoio totalmente, mas não esta sendo divulgado desta forma, outros sites e meios de comunicação estão colocando informações “picadas”, pela metade… eu mesmo recebi um Email como Titulo: “Vigilantes racistas?”
I know that it was not your intention, I have read what you are proposing and I fully support it, but it is not being circulating this way, other websites and media have published bits and pieces of half information… I have myself received an email with the subject line: “Racist security guards?”
The video has gone viral on the blogosphere too. Rafael Cesar [7] [pt] says that whether the doors shut on white or black people is besides the point:
A questão é que sabemos que aquele detector de metais é muito mais uma desculpa para os seguranças fazerem o controle da forma como julgam apropriada do que qualquer outra coisa. O que trava, mesmo, é aquele controlezinho que eles carregam. Comigo é rotineiro, sem qualquer exagero, passar por aquela porra sem metal nenhum na mochila (já deixei até estojo naquela caixinha ao lado por causa de lapiseira) e me travarem. Ou seja: o que volta e meia detectam em mim é um meliante em potencial, porque por várias vezes não havia qualquer metal a ser detectado. Se eu não tinha metal, por que ‘a porta’ travou? E, se eu tenho metal, por que logo em seguida ‘a porta’ destrava?E nessa de o crivo da segurança passar pelos olhos dos seguranças, é claro que o indivíduo negro leva a pior. Assim como leva a pior com a polícia, com emprego etc.
Helio Ventura [8] [pt] takes the opportunity to republish a text written in March 2007 asking if revolving doors detected metal or melanin after a black customer was killed inside the bank in Rio de Janeiro:
Rio de Janeiro, sexta-feira, 22 de dezembro de 2006, 13 horas e 20 minutos. O micro-empresário negro Jonas Eduardo Santos de Souza, 34 anos, estava na fila da agência do banco Itaú da Av. Rio Branco, da qual era cliente há 10 anos, para operações de rotina. Mas ele foi vítima do racismo que persiste em existir em nosso país, apesar de muitas vozes da elite e da intelectualidade negarem. Ele foi morto com um tiro no peito por Natalício de Souza Marins, 29 anos, vigilante da agência.
Ao tentar entrar na agência bancária, Jonas foi parado pela conhecida e constrangedora porta giratória. Ele foi abordado por Natalício e obrigado a pôr na bandeja todos os objetos que possuía. Como a porta continuava travando, Jonas foi obrigado a tirar inclusive o cinto. O gerente foi acionado por Natalício, e só autorizou o acesso do jovem micro-empresário à agência após exigir que Jonas provasse ser cliente da agência, mostrando um cartão do banco. Após o constrangimento, já dentro da agência, Jonas e Natalício continuaram a discutir, até que o vigilante, demonstrando total despreparo para o exercício da função, sacou seu revólver e matou Jonas, que não teve chance de defesa. […]
Assim como também poderíamos estar do outro lado, o de Natalício, também negro, um pai de família que teve suprimidas as oportunidades de acessar uma profissão que pudesse dar melhores condições à sua filha de 5 anos, que se viu obrigado a pleitear apenas funções que exigem menor qualificação, como a de vigilante. Ele também foi atingido pelo racismo estrutural que assola este país. Isso em nada muda o fato dele ter agido equivocadamente: é um homicida e deve receber as sanções legalmente previstas. E ser também negro não atenua o crime. Mas nos faz perguntar: que sistema é este que coloca dois semelhantes em lados opostos, fazendo com que um tire a vida do outro? Até quando fatos como este acontecerão? Percebemos o quão perverso é este “racismo à brasileira”, uma política de extermínio silenciosa, disfarçada de risco social e fatalidade.
When trying to enter the branch, Jonas was stopped by the well known and embarrassing revolving door. He was approached by Natalício and forced to put all his objects in a tray. As the door was still locked, Jonas was forced to take even his belt off. Natalicio called the manager, who only authorized the young micro-business owner to get in after requiring that Jonas proved he was a branch's client, showing his bank card. After the embarrassment, inside the bank, Jonas and Natalício continued to argue until the security guard, showing total unpreparedness for the job, took out his gun and killed Jonas, who had no chance to defend himself. […]
We could just be siding with Natalicio, also black, a family father who had had no opportunity to find a profession that could provide better conditions for his 5 year old daughter, being forced to apply only for jobs that required lesser qualifications, such as security guard. He too was hit by the structural racism that plagues this country. This does not change the fact that he acted wrongly: he is a murderer and should receive the penalties provided by law. And also being black does not mitigate the crime. But it does make us wonder: what system is this that puts two likes on opposite sides, causing one to claim the life of the other? How much longer will events like this happen? We realize how wicked this “Brazilian racism” is, a quiet policy of extermination, disguised as a social risk and fatality.
Andréia Freitas [9] [pt], who once managed to get undisturbed inside a bank with a kitchen knife she had bought earlier on in the day, says that the sad conclusion is that people only see each others’ surfaces:
Por que será que cresceram os assaltos a banco realizados por homens de terno e gravata? Por que será que hoje existe o roubo de carros em estacionamentos e os assaltantes chegam no local pra assaltar de carro importado? Golpes de estelionatários em hotéis de luxo, em lojas de grife, em restaurantes cinco estrelas…
A resposta é óbvia: O mundo é movido por “aparências”! Sim… se você é considerada uma pessoa “bem apessoada” a vida fica mais fácil pra você em todos os aspectos. Agora… se você não está tão “bem vestido”, ou seu cabelo “acordou” num dia ruim, ou seu sapato tá meio surrado, pode apostar que a vida não será bolinho pra você.
O ser humano vê as aparências! Se as portas dos bancos fossem realmente controladas por uma máquina, por um dispositivo eletrônico de segurança, os dois caras do vídeo do YouTube tinham sido barrados! E nada mais justo do que barrar OS DOIS, que portavam objetos de metal.
The answer is obvious: the world is moved by “appearances”! Yes… if you are considered a “handsome” person, life is easier for you in all aspects. Now… if you're not as “well dressed”, or have had a bad hair day, or your shoes are a little worn out, you can bet that life will not be a piece of cake for you.
Human beings see appearances! If the doors of the banks were actually controlled by a machine, an electronic security device, the two guys of the YouTube video would had been barred! And nothing more fair than barring the TWO OF THEM, as they were both carrying metal objects.
An online petiton [10] [pt] launched with the experiment demanding that Brazilian banks stop using revolving doors and invest in x-ray systems or safety equipment that shows customers’ real belongings has been signed by over 2,000 people so far. Over all, the plea is that everyone is treated with respect by the banks.