Lusophony Day: Learning Through Connectedness

We wanted to celebrate the Lusophony Day, as an opportunity to post about the recent launching of the Global Voices website in Portuguese. A quick googling around the keywords brought up the July 17th inspired on CPLP‘s foundation, but as we kept searching other dates appeared like the May 31st for UNESCO's Portuguese language day, and the November 5th as a new proposal from Brazil. As we could not find common ground in the Lusophone world about the day to celebrate its connectedness, our post about the Lusophony Day turned into a question: what is the meaning of Lusophony across the many Portuguese speaking blogospheres?
Lusophony Day: Learning Through Connectedness

A Commonwealth, a Comunidade Francófona e a Comunidade de Países de Língua Portuguesa têm em comum o serem, de algum modo, o prolongamento de antigos impérios coloniais. Mas ao contrário das outras, na CPLP a potência mais forte não é antiga metrópole: a importância do Brasil e a dimensão de alguns dos países africanos de língua portuguesa bastam para redimensionar o papel de Portugal e para dar uma natureza própria a essa Comunidade.
Lusofonia, Anglofonia, FrancofoniaJanusOnline.pt

The Commonwealth, the Francophone Community, and the Community of Portuguese Language Speaking Countries [CPLP] have in common the fact of being, somehow, an extension of the old colonial empires. But unlikely the formers, the strongest power in CPLP is not the old colonial metropolis: the importance of Brazil and the dimension of some of the Portuguese language African countries are enough to resize Portugal's role and to grant this Community with its peculiar nature.
Lusofonia, Anglofonia, FrancofoniaJanusOnline.pt

Non-Brazilian lusophoners use to say that the biggest Portuguese speaking nation acts as if its language were an original native manifestation from the South American tropics, so disconnected it seems to be from its fellows in language. But who's to blame?

O problema, e isto se existir, de facto, um problema, está no facto dos brasileiros não reconhecerem a sua língua como “Língua Portuguesa” mas como língua do Brasil. E a culpa é de quem? Não será, de certeza, dos brasileiros ou dos outros falantes da Lusofonia. Quem deveria defender e projectar a Lusofonia? Os PALOP, o Brasil, Timor? Não!!! Cabe ao antigo colonizador e “implantador” da língua defendê-la… Mas também se os dicionários (em português, de Portugal, e português, do Brasil) do “Word” desconhecem a palavra “Lusofonia”.
Lusofonia ou Brasilofonia
Moçambique para Todos

The problem, if there is a problem, lies in the fact that Brazilians do not recognize their language as “Portuguese Language” but as the idiom spoken in Brazil. Who's to blame? Surely not Brazilians or the others luso-speakers. Who should defend and support the Lusophony? The PALOP [African Countries of Portuguese Official Language], Brazil, Timor? No!!! It is up to the colonizer and the introducer of the language to defend it… But still, [MS] Word dictionaries (in both Portuguese and Brazilian modes) do not recognize the word “Lusophony”.
Lusofonia ou Brasilofonia
Moçambique para Todos

‘Notas Soltas’, from East Timor, echoes an article from a Mozambican professor questioning the drive behind the idea of promoting relationship among linguistic diasporas: is it culture or ideology?

Por que razão é que só depois das independências emerge de uma forma evidente este conceito? A década de 60 do Século passado é conhecida por década de África. A maior parte das colónias africanas da Grã-Bretanha e França tornaram-se estados independentes na primeira metade dessa década. Os interesses políticos e sobretudo económicos fizeram com que as ex-potências coloniais desenhassem uma estratégia de continuidade com outra roupagem. Quer isto dizer que, ao colonialismo clássico se seguia o panorama neocolonial. E uma das configurações que esse novo modelo tomou foi o de comunidade linguística. Assim nasceram as comunidades francófonas e anglófona. Contudo, um olhar mais atento há de provar-nos que a língua como factor de formação das comunidades em apreço não passava de um pretexto.
Lusofonia: Cultura ou Ideologia?Notas Soltas

Why it is that only after the countries became independent this concept [Lusophony] emerges in an evident shape? Last century's sixties is known as Africa's decade. The majority of the British and French African colonies have become independent states in the first half of this decade. The political and economical interests has put the former colonial powers into building a continuity strategy dressed with new clothes. The classical colonialism was outlived by the neo-colonial perspective, and the linguistic community became a mode of the new model. That's how the francophone and anglophone communities started. A closer look however, will show us that the perspective of language as a determinant in the formation of such communities was just an excuse.
Lusofonia: Cultura ou Ideologia?Notas Soltas

Lusophony can also be seen as political getaway…

“Por estes dias em que, de África e da presidência portuguesa do Conselho Europeu, o destaque parece ser – muito pelos esforços da poderosa imprensa britânica – o eventual convite ao trocidário Robert Mugabe para a Cimeira Euro-Africana de Lisboa, pouco espaço tem restado, na imprensa e nos blogues, para analisar o silencioso xadrez de Teodoro Obiang Nguema, ditador nas rédeas da Guiné Equatorial já há algumas dezenas de anos. Este cavalheiro, cuja família vive na mais arrogante das riquezas num dos países com menor desenvolvimento de toda a África, é considerado pela Forbes o oitavo governante mais rico do mundo… Há, no entanto, um governo europeu que é sempre simpático com Nguema e que este namora: nada mais nada menos que o português, com quem o trocidário ditador mantém contactos frequentes. Ainda há uns dias, no quadro de uma reunião informal com os representantes da CPLP que se deslocaram a Malabo, o ditador admitiu vir a estabelecer o português como língua oficial, de modo a aderir plenamente à CPLP. Para tanto, Nguema pediu às repúblicas de Angola, Portugal e Brasil que enviassem professores para que o português passe a ser ensinado. Tudo indica que a adesão será aceite na próxima cimeira da CPLP a ocorrer em Bissau, de 11 a 17 de Julho. Pergunta-se: Porque se aproxima uma ditadura trocidária do Governo de Lisboa e da CPLP? Porque dará Sócrates, muito provavelmente, o seu beneplácito á adesão da Guiné Equatorial? Quem perde e, sobretudo, quem ganha com mais este silêncio conivente com um tirano?”
malhas que o Império teceMax Spencer-Dohner no Devaneios Desintéricos

“And in these days, were the highlight in Africa and in the Portuguese leadership in the European Council seems to be — by the great efforts of the powerful British media — the eventual invitation of the genocidal Robert Mugabe to the Euro-African Summit at Lisbon[PT], little, if any, space is left in the media and in the blogs to analyse the silent game played by Teodoro Obiang Nguema[PT], the dictator who was holding the reins of the Equatorial Guinea in the last decades. This gentleman, whose family lives in the most obscene richness[PT] in one of the least developed countries in Africa, is considered by the Forbes Magazine as the eight richest world leader… There is, anyway, one European government that is always sympathetic to Ngema and that is very cherished by the later: no one else than the Portuguese [government], with whom the genocidal [leader] keep frequent contact. Some days ago, in the board of an informal meeting with the CPLP members who made a trip to Malabo, the dictator agreed to establish portuguese as one of the official languages of the country [PT], to be able to join CPLP as a full member. In the same move, Nguema asked the Angola, Portugal and Brazil Republics to send teachers to the country, to teach portuguese there. It seems that the final signing in will happen on the next CPLP summit that will happen in Bissau between July 11th and 17th [PT]. The question is: Why does a genocidal dictatorship move this close to the Lisbon government and CPLP? Why would Socrates, very probably, give his agreement to the joining of Equatorial Guinea [into CPLP]? Who loses and, over all, who profits with this silent acceptance to this tyrant?”
malhas que o Império tece
Max Spencer-Dohner no Devaneios Desintéricos

Despite the many skeptics, Lusophony is getting boosted right now by some decisions that are bringing political weight to this peculiar linguistic community. A treaty is about to unify the Portuguese orthography across Lusophone nations, and the countries are now conducting studies in order to create a CPLP citizenship, which would facilitate integration among the emigrant communities and allow the circulation of people between the eight member states. Agreed protocols and openness are key to the development of intelligent networks, and the Lusophone world finally seems to be getting ready to take advantage of its connectedness through its diversity.

O tecido social, económico e político dos que compõem a CPLP (esta sigla que em termos práticos nada significa, quer dizer Comunidade de Países de Língua Portuguesa) está em evolução constante, respondendo como pode (e nem sempre pode bem) aos desafios da sobrevivência… A criação, tanto no âmbito da CPLP como dos PALOP, de um sistema de vasos comunicantes é imprescindível. Tão imprescindível que ninguém lhe passa cartão. Como algo em constante mutação, a Lusofonia está e estará todos os dias em cima de um tapete rolante que anda para trás. Se se limitar a caminhar (como faz a CPLP), ficará com a sensação de que avança mas, de facto, estará sempre no mesmo sítio. Por isso (ao contrário do que faz a CPLP) terá de correr para ganhar diariamente alguns metros ou, no mínimo, para não perder terreno.
Lusofonia? Claro que sim. Palop também, e ainda maisAlto Hama

The social, economic and political fabrics of the CPLP's [Community of the Portuguese Speaking Countries] countries is in constant evolution, responding as it can (not always well) to the challenges of survival… The creation of a system of communicating vases in the CPLP and in the PALOP is so essential that now it finally seems to be getting real. As something in constant evolution, the Lusophony is and will always be like on top of a rolling mat running backwards. Limiting itself to walk (like CPLP does) will give the impression that it is advancing but it will always stay in the same place. That's why the CPLP will have to run (unlike CPLP does) in order to gain some meters daily, or at least not to lose ground.
Lusofonia? Claro que sim. Palop também, e ainda maisAlto Hama

Odeio essa palavra: “lusofonia”. Me dá nojo.
Comentário de Mário de Andrade em Política da Língua Portuguesa em discussãoO Moringue

I hate this word: “Lusphony”. It is disgusting. Comentário de Mário de Andrade em Política da Língua Portuguesa em discussãoO Moringue

Há gente que nasceu para odiar. Odeiam palavras, conceitos e ideias. A mim sempre me soou bem a palavra Lusofonia. Faz-me lembrar sons de vários cantos do mundo, numa batucada que ecoa pelo rio Douro e faz eco em Quelimane, e recebe um abraço quente da velha Luanda, e segue em linha recta sobrevoando o atlântico em direcção ao Pão de Açúcar. Até me apetece ser guineense de Bafatá, e estar em St. Tomé a ouvir a Cesária Évora. Kandandus.
Resposta de Jotta em Política da Língua Portuguesa em discussãoO Moringue

Some where born to hate. They hate words, concepts, ideas. The word Lusofonia always sounded good to me. It makes me think of sounds from many places [or songs] of the world, in a drumbeat that echoes through the Douro river and in Quelimane, receives a warm embrace from the old Luanda, follows a straight line flying over the Atlantic all the way to Pão de Açúcar. It suits me to be Guinean from Bafatá, and be in St. Tomé listening to Cesária Évora. Kandandus (hugs?)
Resposta de Jotta em Política da Língua Portuguesa em discussãoO Moringue

As we could observe in the (multiple) choice of days to celebrate the Lusophony Day and in the quotations above, the whole matter about the CPLP and the efforts to unify the language and congregate the lusophone countries is still causing more division than the geographical, historical and social boundaries that made us all apart from each other. It's a long portuguese talk in various local flavours and colours that seems far from reaching an end or agreement — a final, real Portuguese cultural conversation between those countries aparently united by language but sometimes aparently separated by a lot else. Portuguese language is not simple, with its millions of verbs and its sometimes simple and sometimes byzantine ways to build phrases and verbal agreements — just like ourselves. Just like all of us in this world of multiple languages and points of view.

The challenge of reuniting such different yet still somewhat similar worlds is akin to the challenge of translating multiple points of view and multiple personal and regional realities to many languages, reaching a good degree of understanding and making any agreement possible. Where politics fail, culture has its ways.


Lusofonia, A (R)Evolução” é um documentário onde se exprimem os ecos de sons que se aventuram numa raíz cultural única para se afirmarem.”
Lusofonia, A (R)EvoluçãoParanoid Android

“Lusophony, The (R)Evolution” is a documentary where echoes of diverse sounds gets affirmed by adventuring itself in a single cultural root
Lusofonia, A (R)EvoluçãoParanoid Android

That is our chalenge at Global Voices Lingua Portugues too. Regardless the political roads traveled by the CPLP, we will be trying to translate the Global Voices to the Portuguese language there. That's a tribute to understanding and communication, and we are very proud to share it with our lusophone brothers and sisters, wherever they're from.

Cabe aos agentes culturais fomentar o evoluir de uma identidade lusófona, onde a utopia política tem falhado. Esta espantosa diversidade com imensas bases comuns, tem muito mais que os signos sol, calor, cor, exotismo. Tem o idioma, a riqueza cultural, a mestiçagem, a alegria, um projecto novo, modernidade e cidadania, urbanidade e tradição, tem pessoas, uma ideia de irmandade.
LusofoniaZARP

It is up to the cultural agents to foster and promote the Lusophone identity where political utopias have failed. This amazing diversity with such huge common bases holds much more than signs like sun, heat, color, exoticness. It has the idiom, the cultural richness, the mestization, the joy, a new project, modernity and citizenship, urbanity and tradition, it has people, and the idea of brotherhood.
LusofoniaZARP

In every way, today is Lusophony Day.

Coauthored by
Daniel Duende
José Murilo Junior

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