Presidents from most South American countries are gathered in Rio de Janeiro for a meeting of the Mercosur trading group, and Hugo Chavez is again the attention drawer. Local bloggers have been substantially posting about the Venezuelan president since he announced the move to cancel the broadcasting license to (TV channel) RCTV and also to nationalize telecom and energy companies. The event in Rio seems like the perfect stage where these issues are brought to light as Latin American leaders meet face-to-face, and bloggers are able to follow their exchange through media reports. The enigmas about Lula-Chavez relationship is one of the threads containing diverse perspectives.
E no Brasil? Como o governo Lula reage às investidas de Chávez contra contratos, liberalidade econômica e liberdade política? Lavando as mãos. Do ponto de vista político, há uma questão ideológica. Por mais que façam um governo “comportado”, Lula e os seus torcem para que os avanços socialistas de Chávez dêem certo e se alastrem por Bolívia, Equador ou mesmo Argentina, onde Néstor Kirchner tem se mostrado um bom aliado da Venezuela. Desde que… isso não prejudique os interesses brasileiros nem embace a liderança natural do Brasil no continente. Do ponto de vista econômico, Chávez é o parceiro que o Brasil pediu a Deus. Hoje, o Brasil exporta US$ 1 bilhão a mais para a Venezuela do que para a França e também para o Reino Unido, dois dos principais parceiros comerciais do país. De janeiro a novembro de 2006, foram US$ 3,3 bilhões. Não é pouco. A Venezuela com Chávez virou uma espécie de paraíso para produtos, serviços e empreiteiras brasileiras.
ENQUANTO ISSO… – Comentando a Noticia
ENQUANTO ISSO… – Comentando a Noticia
Por aqui, dizem alguns setores que o petista se mostra um tanto incomodado com a saliência do colega bolivariano. Os mais pessimistas afirmam mesmo que ele está sendo engolido pela propaganda do outro. O governo americano, por sua vez, também vê uma contradição, mas acredita num Lula virtuoso em contraste com um Chávez vicioso. Tudo conversa mole. Chávez é um dado da equação do petismo na política externa. Por mais porralouca, falastrão e irresponsável que seja — e ainda que isso atrapalhe um pouco o petista —, ele terá sempre valor instrumental para Lula, e não o contrário. E a razão é simples: o tamanho das duas economias. A Venezuela não lideraria a América Latina ainda que fosse governada pela Razão encarnada.
As patacoadas do Mercosul – ou “Lula é chefe de Chávez, não o contrário” – Reinaldo Azevedo (Veja)
As patacoadas do Mercosul – ou “Lula é chefe de Chávez, não o contrário” – Reinaldo Azevedo (Veja)
Lula, Amorim, petistas do governo e diplomatas em geral não admitem a competição entre Brasil e Venezuela -ou melhor, entre Lula e Chávez- pela liderança na América do Sul. Mas é evidente que ela existe. Uma competição que passa pelos petrodólares e também pela personalidade de Chávez e por suas investidas na direção que o velho PT e o velho Lula defenderam um dia. As disputas entre Brasil e Argentina fizeram história, mas hoje se resumem a questões muito pontuais, como reclamação na OMC por tarifas das embalagens de refrigerantes e a entrada ou não da Bolívia no bloco. Mas são “peanuts”, como dizem os americanos. O jogo de poder está centrado na Venezuela. A cúpula, pois, está sendo uma espécie de mercado, em que os menores (Paraguai, Uruguai e a promessa Bolívia) oferecem suas condições, Brasil e Argentina discutem se compram ou não, e Chávez se diverte. Porque ele avança, e Lula corre atrás. Até nos discursos.
Na Folha, Lula corre atrás de Chávez – Blog do Ribeiro
Na Folha, Lula corre atrás de Chávez – Blog do Ribeiro
Chavez's recent bend to the left, which was boldly displayed in his speeches during the first weeks after reelection, did not go unnoticed by the lusosphere. The nationalization of CA Nacional Telefonos de Venezuela (CANTV), the country's largest telecommunications company partially owned by U.S.-based Verizon Communications Inc., was detected as a possible threat to free Internet access in the country. In addition to that, when Brazilians hear about canceling the license of a TV network because of its stance against the government, they can't help but compare the situation with the tense relationship between Lula and the powerful Globo network in Brazil, considered by many to be explicitly biased against the president. In response to that, some commentators present useful distinctions between what really happens in Venezuela and the present case in Brazil, where it would be mind-boggling to even consider the canceling of Globo's broadcasting license in the country.
O anúncio de estatização das companhias de energia e de telefonia (CANTV) feito por Chávez nesse seu início de segundo mandato traz em si uma possibilidade preocupante: o controle ideológico da comunicação no país. Controlar a telefonia representa, na Venezuela, também um grande controle sobre a internet, o que ocorre, por exemplo, na China, onde o governo restringe o acesso da população à web. Chávez já deu mostras que não tolera a liberdade de expressão ao não renovar a licença da emissora RCTV, crítica do governo. Agora, ao anunciar a estatização da CANTV, que domina o setor de internet no país, parece querer deixar sob seus auspícios também o fluxo de informação na Venezuela.
Ameaça a liberdade de expressão – Claudia Belfort
Ameaça a liberdade de expressão – Claudia Belfort
É justo informar ao público que o noticiário da RCTV, as entrevistas que realiza e o tom de seus comentários envolvem um grau de liberdade e mesmo agressividade que nunca se viu, por exemplo, nas emissoras brasileiras, em qualquer época, para criticar qualquer governo… A RCTV tem um histórico de jornalismo forte, agressivo até. Para quem chega do Brasil, é como se Diogo Mainardi e Arnaldo Jabor apresentassem todos os telejornais, fizessem todas as entrevistas e comentários, e depois só chamassem os amigos para dar opinião. Os funcionários da TV dizem que essa é uma tradição da emissora, que ajudou a construir um histórico profissional honroso de conflitos com diversos governos. Muitos observadores dizem que isso até é verdade, mas a RCTV nunca foi tão crítica como agora – e é por isso, conforme visão unânime em Caracas, que o governo Chávez decidiu tirá-la do ar.
No pais de Hugo Chavez – Paulo Moreira leite
No pais de Hugo Chavez – Paulo Moreira leite
Lula's intentions for this edition of the Mercosur summit were clearly directed to tighten the relationship among the trade bloc's members and associated countries. Although quoted as having recently criticized Chavez's second term announcements as dangerous anti-democratic moves, the Brazilian president tried to stick to his plans by hindering the ideological debate during the event. The latest reports about the summit shows that things did not occurred according to the Brazilian agenda, but some commentators still see relevant progress for continental integration as a result of the meeting in Rio.
“Lula compara o desafio do Mercosul à trajetória da União Européia. No velho continente, os países ricos injetaram recursos e concederam benefícios às economias dos parceiros mais pobres –Espanha, Portugal e Grécia. A tese de Lula não é despropositada. O problema é que o presidente Néstor Kirchner, da Argentina, não parece tão disposto à generosidade… Para complicar, o venezuelano Hugo Chávez injeta na atmosfera um componente ideológico tão incômodo quanto desnecessário. Cristão novo no Mercosul, Chávez tenta transpor o seu “socialismo do Século 21”, seja lá o que isso signifique, para o coração do Mercosul. Ele declarou, ao chegar para o encontro, que veio ao Rio com o objetivo de “descontaminar” o Mercosul de seus pendores liberais. Roubou a cena. Espera-se que não roube também a harmonia do encontro, tão necessária à sobrevivência parceria econômica. O chanceler Celso Amorim menospreza aqueles que enxergam problemas na ação venezuelana. Quem bom!” Por Josias de Souza
Países do Mercosul tentam ‘estreitar inimizades’ – Conversaria Política
Países do Mercosul tentam ‘estreitar inimizades’ – Conversaria Política
Um dia depois de Hugo Chávez ter anunciado o propósito de “descontaminar” o Mercosul do “liberalismo”, a reunião da Cúpula do Mercosul, no Rio, converteu-se em ringue de um inusitado boxe ideológico. Ao discursar, o companheiro-índio Evo Morales, presidente da Bolívia, desferiu um direto de direita no colega colombiano Álvaro Uribe. Morales contrapôs o crescimento econômico de Cuba, Argentina e Venezuela –países que, no dizer dele, são “soberanos— ao déficit comercial e fiscal da Colômbia, nação em que os EUA despejam dinheiro, a pretexto de combater o narcotráfico. Abespinhado, Uribe defendeu-se como pôde. Disse que a política de combate ao narcotráfico de seu país é séria. Afirmou que mantém relações com Washington, mas não se priva de relacionar-se com Havana e Caracas. De resto, Uribe realçou que conversara com Morales na noite da véspera. E o presidente boliviano não se dignara a fazer, em privado, as críticas que despejou no tablado do Mercosul, em público. Cordato, Uribe desculpou-se com o anfitrião pela altercação verbal: “Perdão, presidente Lula, mas tive que responder ao senhor Morales.”
Reunião do Mercosul vira luta de boxe ideológico – Josias de Souza
Reunião do Mercosul vira luta de boxe ideológico – Josias de Souza
“Aos 57 anos, pela primeira vez ouço discursos e declarações de cooperação entre nossos vizinhos que, acredito, vão além dos simples palavreados. No entanto, os impérios jornalísticos destas bandas estão sempre a postos, menosprezando as intenções e tratando tudo isso como se fossem anacrônicos movimentos. Para essa gente, Chávez é apenas um “inconseqüente agitador”. Eles só entendem a linguagem do obediente colonizado, para quem tudo aquilo que vai de encontro aos interesses dos imperialistas é perigoso para os interesses da região (“o quintal”).” Por Fernando Soares Campos.
Cúpula do Mercosul – Amigos do Zé Dirceu
Cúpula do Mercosul – Amigos do Zé Dirceu
Lula and Chavez can't complain about the results of the Mercosur summit in Rio. In a lunch yesterday in Copacapana Palace Hotel the two presidents signed important deals, which will result in a joint venture between Petrobras and PDVSA for the construction of two refineries, one in each country, to process Venezuelan crude and Brazilian petroleum. There were agreements also to the development of industrial plants in Venezuela, which include technological transference and other cooperation projects to minimize the country's dependence on oil. Political differences apart, it seems they are both starting their second terms with a clearer notion of what to do, and how they can help each other. Brazilians keep commenting…
Um dos problemas na cobertura brasileira sobre os eventos na Venezuela é que há pouca reportagem de primeira mão sobre o país. Eu mesmo, que sou bastante crítico de Chávez e não gosto da forma como ele se comporta, entendo agora que sua existência é consequência direta da forma negligente com que as elites venezuelanas trataram sua população nas décadas antecedentes à chegada de Chávez ao poder. Trata-se, no fundo, de um braço de ferro sobre como redistribuir as rendas dos recursos auferidos com o petróleo _ e o que Chávez fez foi abrir o cofre para a maioria pobre da população. Nessas circunstâncias, não admira que ele esteja cavalgando tamanha popularidade.
Ainda o affair Chavez vs RCTV – O Hermeneuta
Ainda o affair Chavez vs RCTV – O Hermeneuta
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