The Community of the Portuguese Speaking Countries (CPLP) celebrated its tenth anniversary last Monday, July 17th, in a summit that gathered its Heads of State in Guine-Bissau. It was created aiming at the solidarity of the Portuguese-speaking countries and the promotion of the Portuguese language in the international arena. Currently, Portuguese ranks eighth among the world's most commonly spoken languages and third among the western languages, after English and Castilian. The Lusosphere is reporting the event and commenting on the organizational role and its actual meaning. We sense a feeling that bloggers think that it should be performing in some different ways.
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), cuja presidência actual é de São Tomé e Príncipe, vai reunir-se em Cimeira de amanhã e até ao dia 17. Espera-se que o papel dos indivíduos passe a figurar nas agendas das Cimeiras da CPLP. Dez anos depois, qual é o real papel da CPLP? E mais concretamente o que é a CPLP? Esta segunda pergunta pode parecer provocadora, mas impõe-se. Há tempos, durante um lançamento de uma obra de um angolano, por sinal alguém que já teve não só responsabilidades governativas como no governo de um Banco Central fazia esta mesma pergunta “CP… quê? Ah! Sim uma tal CPLP e uma tal Lusofonia”. Um desabafo que vale o que vale mas que não deixa de ser sintomático por ter vindo de quem veio.”
CPLP permanece falida, decrépita e inoperativa – Notícias Lusófonas
“Países tão desiguais reúnem-se por estes dias em Bissau. A cimeira como é hábito não trará novidades. Esta organização não tem a força política que devia como se viu na recente crise em Timor Lorossai. Para que serve esta organização se não é capaz de auxiliar os seus membros nos momentos decisivos?”
C.P.L.P. O que é? – De corpo e alma
A comunicação social portuguesa está inundada de declarações de fé sobre a enorme importância da CPLP. Pois, está bem. Mas, já agora, tente advinhar: entre participar na cimeira do G8 ou da CPLP, qual é que Luiz Inácio Lula da Silva escolheu?
Adivinhe – Bloguítica
“Esperemos que nos próximos 10 anos a CPLP não seja uma organização tão esfíngica como foi no primeiro decénio. A nomeação de Embaixadores da Boa Vontade, de que fazem parte vários ex-Chefes de Estado, também pode ser um bom contributo, no sentido de alçar a lusofonia. Ver-se-á, também, se o Parlamento lusófono a ser criado será frutífero. Em suma, e regressando ao essencial, muito do sucesso do projecto lusófono passa pelo interesse do Brasil. País que catapulta e dá mais visibilidade internacional à lusofonia. Sem ele, o projecto lusófono coxeia. Para já, é bom registar o interesse de Angola.”
Continua a faltar o Brasil – Tugir
Since its creation, by the Brazilian José Aparecido de Oliveira, the CPLP has never been given the means necessary to fulfill the goals declared in its founding statutes. One of its items says, “the CPLP embodies a new political project which has its roots in the Portuguese Language and the common historical bond of the Seven [Angola, Brazil, Cape Verde, Guinea Bissau, Mozambique, Portugal, Sao Tomé and Principe. East Timor entered later] who constitute a geographically discontinuous space but share a common language. This unity factor will provide the basis for an integrated action which will aggregate wider influence and stronger meaning”. Bloggers seems to agree that little has been done to achieve those goals, but the idea in itself still displays enough traction to fuel the debate about what could be done to make it work.
“A capital guineense acolhe, de 14 a 21 deste mês, as I Jornadas de Formação e Debates das Organizações Não Governamentais da Guiné-Bissau, tendo como pano de fundo a questão dos Direitos Humanos e o Desenvolvimento Comunitário… A realização das Jornadas na mesma altura da cimeira da CPLP tem a ver, segundo Jamel Handem, com o facto de os chefes de Estado e de Governo da organização lusófona “ignorarem a existência de uma sociedade representativa organizada e activa nos respectivos países”. Outra obra a lançar em Bissau é o livro “Cicatrizes de Mulher”, da jornalista portuguesa Sofia Branco (do jornal Público), obra que ganhou um prémio internacional ligado à problemática dos Direitos Humanos pela narração da experiência sobre mutilação genital feminina na Guiné-Bissau.”
“DIREITOS HUMANOS E DESENVOLVIMENTO COMUNITARIO” NA AGENDA DAS ONG – BISSAU-GUINE
“Acabo de ficar a saber, pelo Telejornal da RTP, que, reunidos em Bissau, os países da CPLP se comprometem a trabalhar pelo objectivo de erradicar a fome até 2015. Não fosse eu um ser frio, cínico e insensível e desatava a chorar. Assim, rio. Se lá estivesse, recusava assinar qualquer protocolo sabendo que jamais será cumprido. Mas, em boa verdade, eu não percebo nada sobre política internacional e de cooperação.”
De rir – Fado Falado
“E já repararam com a CPLP poderia criar um cartel, tipo OPEP, tal a quantidade de produtores e exportadores de petróleo e mais um de gás natural… (Angola, Brasil, Guiné-Equatorial, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e quase a Guiné-Bissau e Portugal, que está em prospecções on-shore, só para o petróleo; e Moçambique no gás). Se os dirigentes pensassem e melhor distribuíssem, os povos cplpianos estavam nas nuvens… A CPLP, a Lusofonidade e os seus cerca de 220 milhões de falantes mereciam mais consideração por parte de quem os governam; e mereciam, também, ser, periodicamente, ouvidos; mas parece que os estatutos cplpianos o não prevê… não convém, pois não?”
Os 10 anos da CPLP – Pululu
Em suma, e regressando ao essencial, muito do sucesso do projecto lusófono passa pelo interesse do Brasil. País que catapulta e dá mais visibilidade internacional à lusofonia. Sem ele, o projecto lusófono coxeia. Para já, é bom registar o interesse de Angola.
Continua a faltar o Brasil – Tugir
Although lacking the needed support from its current members, the CPLP has recently attracted the attention of some respectable international players, as it is the case of China. The role that the lusophone organization is about to play in East Timor's crisis was a hot topic on the agenda in Bissau, and has also been debated by Portuguese speaking bloggers. And, the interest of Equatorial Guinea in participating as an observer at the summit is an indicator of how this gathering can enlarge its international influence.
“A China – a futura superpotência? – tem vindo a alargar os seus tentáculos diplomaticamente astutos em direcção aos PALOP (Países de Língua Oficial Portuguesa), tocando todos os seus membros de diversas formas. Segundo um artigo editado esta semana pela Yale Global Revue, a China, em pouco mais de um ano, reduziu a dívida externa dos países africanos membros da CPLP, triplicou a ajuda a Timor-Leste, qualificou Portugal como parceiro estratégico e disponibilizou cerca de 8,2 milhões de dólares em empréstimos sem juros para os membros deste foro multilateral. A relação de países terceiros com a CPLP não é desconhecida, porém, como salienta o artigo, “os métodos chineses são bastante inovadores, atestando à crescente sofisticação da diplomacia chinesa”. Afirma ainda o artigo que a distinção e, por sua, a vez a força desta parceria, em detrimento das restantes, resulta do facto da “China não se relacionar apenas com cada membro bilateralmente mas, pelo contrário, com a CPLP como um todo”.
a Potência Chinesa e a CPLP – ego descentrico
“Encarada de uma certa forma benigna, a Guiné Equatorial é um pequeno país (500.000 habitantes e 28.000 Km2) que se sente desgarrado no meio de África, sem vizinhança próxima com quem se possa sentir aparentado, dado o seu historial de dependência de uma potência colonizadora e uma metrópole que nunca lhe prestou qualquer atenção. A descoberta de imensas jazidas de petróleo na plataforma continental em 1996 permitiu, com a sua extracção – a Guiné Equatorial já é o terceiro maior produtor da África ao sul do Sahara, depois da Nigéria e de Angola – que o país registasse taxas de crescimento económico perfeitamente mágicas (18,6% em 2005, segundo o CIA World Factbook). É esta espécie de emirato petrolífero (o sexto país mais rico do mundo em rendimento per capita, mas com a riqueza concentrada numa minoria), sem emir, sem areia, com um ditador e muita floresta tropical, ao mesmo tempo isolado no meio dos grupos anglófonos e francófonos predominantes em África, que se candidatou a membro, com o estatuto de observador, da CPLP.”
A GUINÉ QUE CEDEMOS À ESPANHA – Herdeiro de Aecio
“Espero que se saia daqui com uma ideia mais clara da situação de Timor-Leste, que se entenda melhor o que é Timor-Leste, quais as nossas fraquezas, os nossos desafios e os nossos insucessos, mas também as nossas potencialidades, a nossa força”, afirmou. Ana Pessoa, que representa na cimeira o chefe de Estado de Timor-Leste, Xanana Gusmão, sublinhou ser necessário que a questão timorense não caia no esquecimento, sendo esse o propósito da análise da situação político-militar no país. Agastada com o “rude golpe” na democracia, provocado pelos confrontos militares que levaram à demissão do primeiro-ministro, Ana Pessoa lembrou que “é sempre bom que haja momentos em que todos se sentam e reflectem” num espaço de concertação, como a CPLP… Sobre a questão da Defesa e Segurança em Timor-Leste, Ana Pessoa afirmou que Díli está a pensar em apostar na cooperação nesse domínio com Angola, Brasil e Portugal, “contributos que, a nível da CPLP, serão insubstituíveis” para os Estados membros mais debilitados.
Ana Pessoa pede entendimento para Timor-Leste – Timor-Online
“E há, obviamente, Ramos Horta, Prémio Nobel da Paz, um político de ambições desmedidas, totalmente alinhado com a Austrália e os EUA e que, por essa razão, sabe não ter hoje o apoio do resto da região para a sua candidatura a Secretário-Geral da ONU. Foi ele o responsável pela passividade chocante da CPLP (Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa) nesta crise. A tragédia de Ramos Horta é que nunca será um governante eleito pelo povo, pelos menos enquanto não afastar totalmente Mari Alkatiri. Para isso, é preciso transformar o conflito político num conflito jurídico, convertendo eventuais erros políticos em crimes e contar com o zelo de um Procurador-Geral para produzir a acusação. Daí que as organizações de direitos humanos, que tão alto ergueram a voz em defesa da democracia de Timor, tenham agora uma missão muito concreta a cumprir: conseguir bons advogados para Mari Alkatiri e financiar as despesas com a sua defesa… Timor não é o Haiti dos australianos, mas, se o vier a ser, a culpa não será dos timorenses. Uma coisa parece certa, Timor é a primeira vítima da nova guerra-fria, apenas emergente, entre os EUA e a China. O sofrimento vai continuar.”
BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS: Timor, é só o começo – Espreitador
While international attention is brought to the CPLP summit, bloggers in Guinea Bissau are debating the conditions upon which locals were handling the novelties that an event like this brings to such a small and poor country. The point here seems to be more about how to avoid disrupting the daily life of the city, about how to build an adequate infrastructure so that the event can be absorbed, and less about the cultural and political developments of the summit.
“Esta paralização por algumas horas da cidade Bissau é uma prova inequívoca que a nossa capital, em termos das vias do acesso, ainda não reúne as condições necessária para ter uma alternativa quando acolhemos os grandes eventos políticos e culturais no nosso país. Quando assumimos a organização de um evento de carácter da VI Cimeira da CPLP, devemos primeiro preocupar as alternativas nas vias de acesso a cidade. Não preocupar apenas com o acesso dos hóspedes e dos participantes no conclave. Nos próximos eventos, o governo deve pensar também nos cidadãos nacionais para não haver mais um retiro católico na cidade de Bissau.”
VI cimeira da CPLP causa pandimonio em Bissau – Senegâmbia
A declaração de guerra ao lixo, feita pela Câmara Municipal de Bissau, passou à fase dois, isto é, à da simples manutenção das operações mais básicas – a remoção do lixo do “salão de visitas”, apenas para “lusofonês” ver. E depois da cimeira, o que acontecerá? A recolha de lixo vai continuar? Vão alargá-la aos bairros periféricos? Vão continuar a reparar as estradas e ruas? Vai continuar a haver a inusitada iluminação pública? Estendê-la-ão às residências particulares? O excesso de zelo policial – a paranóia com a segurança é total – vai perdurar por mais quanto tempo? Perante este cenário, a maior indignação do simples cidadão é o dinheiro gasto em todo este processo: mais de 4,5 milhões de euros.
CPLP/Cimeira: Os danos colaterais de uma cimeira em Bissau – Africanidades
Lusophony as a global movement is still in its infancy. Its institutional layer has been framed by the CPLP in its timid performance for the last ten years. But there are other instances where the cultural exchange facilitated by the common language can yield interesting opportunities, and these are yet to be explored by the ‘ordinary citizen’. The connected conversation through the web can show some ways how these opportunities can flourish into real relationship.
“E já que fiz referência ao universo lusófono, há algumas lições que deveriam ser retiradas sobre o papel da CPLP no espaço lusófono. Esta organização tem, muito claramente, um espaço de intervenção privilegiado no que se refere à gestão de crises. Ora, os acontecimentos há alguns meses na Guiné-Bissau e, agora, em Timor-Leste demonstram a inadequação das suas estruturas perante situações de crise. A CPLP não tem capacidade de resposta preventiva, nem tem capacidade de resposta posterior. A meu ver, seria do interesse das partes envolvidas dotar a CPLP de capacidade de resposta a crises que possam ocorrer e que envolvam os seus Estados-membros. O que aconteceu na Guiné-Bissau e em Timor-Leste não foram episódios isolados. Haverá, seguramente, mais do mesmo.”
Bloco de Notas – Bloguítica
Dificilmente o espírito da CPLP estará nos palácios, nas ruas engalanadas e súbitamente limpas, nos centros de congressos ou nos hoteis onde os profissionais da política falam, sem chama e por isso inglóriamente da organização. O espírito real da CPLP passou hoje por Quelele, pela Mafalala, esteve em Água Izé, no Palmarejo, no Cazenga, em Jacarepaguá, em Comoro e, seguramente na Amadora!
CPLP 10 anos – kitanda
And it is the vitality of these spirited and diverse Lusophone voices that is very much present here at GlobalVoicesOnline.
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